Margem rebuscada, cheia de arranjos pictóricos, flores selvagens que vão surgindo em várias alturas. Pincelas e tons sobrepostos, uns maiores, correm com a ponta do pincel, em linhas geográficas. Nos fundos escuros pigmentos claros fazem contrastes, nos tons terrosos, o rosa e vermelho se misturam como se emergissem de outras camadas. A cada canto da obra detalhes, espécies de floras que fazem o olhar ir navegando, encontrando novos tipos de flores, novas cores, novas texturas, novos claros e escuros, pequenos habitats em cada parte da obra. De longe, é visível a água, o rio que passa por baixo da mata. Mata mais densa, escura, não muito alta, o céu é claro ao fundo no alto da tela, sombras e galhos. Algumas cores fortes se destacam no empuxo das linhas da paisagem, os tons vão se diferenciando e mudando as cores, mas a atmosfera é a margem de um rio florida e sombria ao mesmo tempo. Num tempo que não existe no agora, pode ter pertencido a um passado ou vem num futuro qualquer de um lugar que resistiu ou persiste.